Planos

Santa Casa de Pelotas projeta melhora financeira para 2024

Instituição possui déficit mensal de mais de R$ 1 milhão; repasse de recursos e novas parcerias trazem expectativas positivas para este ano

Foto: Jô Folha - DP - Diretor financeiro da instituição conversou com o DP sobre as expectativas para este ano

Com déficit mensal superior a R$1 milhão e após uma grande mobilização em busca de recursos para amenizar a crise financeira nos últimos meses, a chegada de 2024 traz boas expectativas para a Santa Casa de Pelotas. A instituição, que possuía um dos maiores prejuízos financeiros entre os hospitais filantrópicos pelotenses, prevê melhorias para este ano através de repasses de recursos federais e novas parcerias.

Em entrevista ao Diário Popular, o diretor financeiro da Santa Casa, Sebastião Kaé, detalhou a situação atual das finanças da instituição e apontou o que deve melhorar o cenário em 2024. "A Santa Casa tem altos projetos para 2024 e expectativa de que melhore bastante no médio e longo prazo", inicia. O primeiro alívio veio através de repasses do governo federal para o próximo ano, que somam cerca de R$ 30 milhões e serão divididos entre os filantrópicos do Município. "Esse recurso não resolve o déficit mensal, mas diminui", resume. Na Santa Casa, as novas verbas representam uma queda de cerca de 50% no prejuízo mensal.

Novas parcerias, que não foram detalhadas pelo diretor, também devem ser um incremento de tecnologia e receita para o hospital. "Estamos criando algumas parcerias, que serão divulgadas em seguida, que devem ter resultado de médio e longo prazo e vão melhorar muito a performance da Santa Casa", garante. Kaé afirma que a estratégia para 2024 é buscar receitas recorrentes que possibilitem uma melhoria duradoura das finanças. "O recurso que vem de emendas de deputados, por exemplo, é esporádico. A gente não sobrevive assim. O ideal de um hospital é ter uma receita igual a uma despesa quando se fala em filantropia. E aí os recursos que vem do governo federal serviriam para investir. Nossa ideia é olhar para a despesa o tempo inteiro, para 2024 ainda mais intensamente, e buscar receitas novas e recorrentes", comenta.

Principais desafios

A folha de pagamento dos funcionários, que consome cerca de 75% da receita da instituição, é, atualmente, um dos grandes desafios. "A folha é muito pesada. De forma geral, o serviço hospitalar tem um custo elevado", observa Kaé, citando também os custos com remédios, que sofreram alta durante a pandemia e não registraram queda desde então.

Para o futuro, o piso da enfermagem também pode representar um novo desafio para a instituição. Até agora, o recurso vem sendo repassado pelo governo federal, o que possibilita o pagamento do reajuste em dia aos funcionários. No entanto, para 2024, ainda não é certo se ainda haverá esse recurso, o que causaria problemas sérios aos cofres dos hospitais.

E o fechamento de leitos?

Caso não houvesse sinalização de mudança orçamentária ainda em 2023, o fechamento de leitos foi uma das medidas levantadas pelos hospitais filantrópicos para amenizar a crise. Na Santa Casa, que já fechou dez leitos de UTI devido aos problemas de caixa, a proposta era encerrar mais 12 leitos de clínica geral. No entanto, confirmados os recursos federais para 2024, esse cenário já é mais distante na Santa Casa. "Ameniza essa situação. Fica um pouquinho mais distante, porque o recurso veio e a gente vai tentar, junto com outras ações, tentar sair desse prejuízo", diz Kaé.

Trabalho em grupo

Uma das mudanças positivas de 2023 destacadas pelo diretor foi a união dos hospitais filantrópicos pelotenses. No segundo semestre, Santa Casa, Hospital Espírita, Beneficência Portuguesa e São Francisco de Paula se uniram para discutir ações e buscar auxílio. Para Kaé, os objetivos do grupo foram parcialmente atingidos com a conquista de repasses federais. "Não é o suficiente, nós vamos continuar com muita dificuldade, mas tem uma coisa nova que foi a fundação desse grupo. Hoje a gente conversa junto sobre as dificuldades. Essa é uma grande mudança e foi muito bom, porque começamos a tomar atitudes em conjunto", observa.

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